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COPOM reduz Selic para 11,75%: Análise completa das implicações e o que esperar do mercado

Na última quarta-feira (13), o Comitê de Políticas Monetárias (Copom) reduziu, pela
quarta vez seguida a taxa básica de juros da economia brasileira do Sistema Especial de
Liquidação e de Custódia (Selic), em 50 pontos base, saindo de 12,25% ao ano e
fechando 2023 em 11,75%.


Este movimento de queda já era esperado estava precificado pelo mercado. O
mais relevante da noite de quarta-feira não foi a divulgação da nova taxa, mas sim o
comunicado que o Banco Central anunciou após a divulgação: “O ambiente externo
segue volátil e mostra-se menos adverso do que na reunião anterior, marcado pelo
arrefecimento das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos e de sinais
incipientes de queda dos núcleos de inflação, que ainda permanecem em níveis
elevados em diversos países.”


A perspectiva positiva em relação ao mercado externo (principalmente com os
Estados Unidos, que haviam divulgados que as taxas de juros por lá se manteriam no
mesmo patamar) fez com que alguns agentes do mercado entendessem o comunicado
como dovish, para que o Brasil acelere ainda mais o curso de queda de taxa de juros, os
Estados Unidos precisam fazê-lo também, uma vez que a diferença de risco entre os
países é tão grande, que caso as taxas de juros estejam próximas, haverá um fluxo de
saída de capital do Brasil para os Estados Unidos, o que comprometeria a economia
nacional.


O comunicado também traz uma breve visão sobre o cenário doméstico,
principalmente destacando dados sobre inflação: “A inflação chega ao consumidor,
conforme esperado, manteve trajetória de desinflação, com destaque para as medidas
de inflação subjacente, que se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais
recentes.”, destacou.


Apesar do otimismo com dados de taxa de juros e inflação da economia externa
e interna, o banco central sinalizou um alerta para a desaceleração global e ressaltou a
necessidade de cautela na condução da política monetária.


Por último, o comunicado expõe que além da queda de 50 pontos base
anunciada no último dia 13, “os membros do Comitê, unanimemente, anteveem
redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo
apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo
desinflacionário.” Nos atentando ao plural das palavras “próximas reuniões”, estimamos
que ainda teremos pela frente no mínimo mais dois cortes de 0,5 % cada.


O Boletim Focus, por sua vez, projeta a taxa Selic em 9,25% a.a no final de 2024.
Os indicadores de PIB, mercado, trabalho, inflação, domésticos e externos darão nos
próximos meses o veredito se será possível este patamar para o final do ano que vem.

E os investimentos, como ficam?

O ciclo de corte de taxas de juros afeta diretamente os ativos de renda fixa,
comprometendo a rentabilidade. Desta forma, os investidores que buscam retorno
melhores, promovem um fluxo migratório de recursos de ativos de menores riscos
(renda fixa) para ativos de maiores volatilidade (renda variável). Estas se beneficiarão
de maneira substancial, o qual ficou evidenciado na performance do índice Ibovespa no
dia seguinte à divulgação do comunicado, que rompeu sua máxima histórica.
Além das ações, os fundos imobiliários e ETF’s, por exemplo, também se
beneficiam com as tomadas de decisões recentes.


O cenário atual mostrou mais uma vez a importância de uma carteira de
investimentos bem diversificada. O CDI em quase acima de 12% no acumulado de 12
meses era bastante cômodo para investidores que não gostam de correr risco. Contudo,
para os que fazem sua diversificação bem-feita, virão a parte de renda variável ter uma
performance próxima desta em apenas um mês.


A lição é simples e objetiva: Independente do cenário econômico ou do patamar
de taxa de juros, a diversificação do portfólio é SEMPRE o maior aliado do investidor.


Economista Tom Filho

Blend Capital

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